A deriva belicista da União Europeia (UE)
Não devia fazer declarações prévias antes de condenar o que me horroriza, mas gosto de reiterar o meu europeísmo e a defesa da UE por muito que me repugne, e repugna, a sua política externa e a paixão pela guerra em detrimento do bem-estar económico e social da sua população.
Reafirmo também o meu horror às ditaduras, especialmente às
teocracias, às islâmicas e à sionista que confiscou o Estado de Israel. Não nutro
igual rejeição às duas teocracias cristãs, a católica do Vaticano e a monástica
cristã-ortodoxa do Monte Atos, na Grécia, por não disporem de Forças Armadas.
Dito isto, não é aceitável a ausência da UE na diplomacia da
paz nas guerras na Ucrânia e no Médio Oriente. Como levar a sério Kaja Kallas, desajustada
à função diplomática? E que dizer de Von der Leyen, tão pressurosa a declarar o
direito de Israel a defender-se após a agressão, não do Irão a Israel, mas inversa?
E de António Costa, incapaz de alterar a agenda da UE que é do seu pelouro?
Nenhum democrata duvida da malignidade dos aiatolas, mas
qual é a legitimidade para a invasão do Irão? É diferente das ditaduras que os
EUA e a UE apoiam? Há diferenças entre o Irão e a Arábia Saudita, por exemplo?
As guerras preventivas são legítimas?
Estarão António Costa, Von der Leyen e Kaja Kallas cientes
da sua responsabilidade no crescimento da extrema-direita na UE e da
irrelevância a que a conduzem com o apoio às guerras? Não veem que a direita
que governa países da UE já quase não se distingue da extrema-direita, enquanto
esta prossegue avassaladora a devorar as democracias?
Até quando vão persistir em trocar apoios sociais por gastos
em armas sem respaldo das populações da UE? O estado em que os EUA e a UE
deixaram o Iraque e a Líbia não os assusta? Só falta Durão Barroso dizer que
Israel lhe mostrou as armas nucleares do Irão!
Tudo o que pode correr mal correrá ainda pior e da pior maneira numa ilustração da Lei de Murphy. Os nacionalismos de pendor confessional andam aí à solta.
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